11.3.16

Resenha: Adriana Sydor, toda prosa


Vocês já sabem que estou participando do projeto Divulga Livro e já fiz o post de divulgação desta obra maravilhosa.
Vocês não imaginam a minha felicidade quando recebi em casa o primeiro livro físico de parcerias. Para alguém que só está neste mundo há 7 meses, é uma conquista enorme! Confesso que na hora já fui tirar foto para postar no Instagram, abracei o livro, cheirei, folheei (daqui a pouco falo das páginas maravilhosas) e até fiz uma anotação na primeira folha para lembrar do dia que ganhei aquele livro. Só faço isso em exemplares especiais.
No dia seguinte já parei o que estava lendo para me dedicar integralmente à leitura. A cada crônica lida sentia a necessidade de ler mais e mais.

Se você estranhou as imagens no post de divulgação e achou que tinha algo errado com as letras minúsculas, estava enganado(a). Adriana não começa frases com letras maiúsculas. Mas antes que você fique bravo(a), respire fundo. Ela tem a "licença poética" para isso. Calma, não estou justificando erros de gramática nem nada. É que logo na primeira crônica, Adriana diz se sentir desconfortável com letras maiúsculas só por serem as primeiras das frases, e sente como se estivesse dando preferência a uma delas. Então, ela explica a situação e assim ganha a tal licença para tal uso. Isso talvez não funcionaria em um romance, ou em crônicas tradicionais. Neste caso, esta variação funcionou muito bem por serem praticamente poesias na forma de prosa. Daqui a pouco explico isso melhor.
Gostei tanto que enchi de marcações
Adriana Sydor, Toda Prosa já começa diferente no próprio título. Então você abre o livro e percebe a alteração gramatical que já comentei acima. Ao pegar a primeira crônica para ler você embarca em universo muito diferente do que está acostumado. As crônicas têm ritmo, parecem poesia. Dá uma vontade de ler em voz alta (só não fiz isso porque li praticamente o livro inteiro no ônibus), de recitar, de ouvir... Adriana fala que a poesia é generosa em deixá-la passear entre seus versos e se aventurar por ela, porém Adriana é prosa e gosta do texto corrido. Mas creio que ela tenha talento suficiente para produzir bons poemas.  
me jogo na fé das boas experiências, se elas não acontecerem, ao menos lhes abri as portas, dei chances, tentei. se for o sofrimento que porta adentro se anunciar, cuidarei dele com a atenção devida, lamberei as feridas até que se tornem mais uma cicatriz fechada que me mostrará a luta, a vida.
É uma leitura muito fluida e gostosa. As crônicas têm um caráter cotidiano e pessoal, e falam sobre o verão, a chuva, casa de infância, os filhos. É claro que tiveram algumas com as quais não me identifiquei muito, outras que quis transformar em texto da vida. Há textos para todos os gostos aqui.
Me senti amiga íntima da autora. Sei que ela gosta de sol, de praia, de vestidos floridos.

os lírios me dão o tom da vida: o mundo é hoje, qualquer bobeada já era. a vida inteira cabe dentro do tempo do perfume da flor...
Uma crônica que gostaria de destacar é "revolução na área de serviço" que foi dividida em três partes. Para esta crônica divertida, a autora partiu de uma situação doméstica para dar vida a máquinas de lavar, tanques e torneiras. 
Adriana escreve muito bem e tem um estilo próprio. São leituras simples para aqueles dias de preguiça, o livro acompanha bem um dia de chuva. Perfeito para tornar-se livro de cabeceira. 
Adriana Sydor é um nome importante na cultura brasileira. Por estudar a MPB, tem contato direto com muitos cantores e compositores. Até mesmo inspirou uma música do Dominguinhos (não descobri qual é). Tem uma crônica dedicada a este cantor e compositor. 
A diagramação é muito bonita. As fontes são agradáveis, e o livro foi impresso em papel Pólen Bold 90g/m². É um papel muito gostoso, amarelado, e da vontade de dobrar, porque a textura é muito agradável e é bem grosso. Tem algumas páginas como essas que parecem os rascunhos dela escaneados, e mostra um pouco como foi o processo de construção do livro. Eu achei uma proposta muito interessante esta de trazer para o leitor este processo. 

Eu gostei bastante do livro. Me diverti, me identifiquei e me distrai muito lendo Adriana Sydor, toda prosa. Achei o titulo interessante por já incluir a autora nele, visto que tratam-se de crônicas pessoais. Adriana Sydor não é poesia. Ela é prosa. 

2 comentários:

  1. Nossa, mas que maravilha! Fiquei bem curiosa quando vi seu post de divulgação do livro. Gosto muito de crônicas, é um tipo de texto muito gostoso de ler. Sempre que leio uma, me sinto também como se conhecesse o autor. O livro parece ser muito bonito com todas as essas ilustrações e anotações entre os textos. Mas acho que eu estranharia bastante as letras minúsculas no início das frases.

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    1. É estranho no começo, mas depois acostuma! O livro é uma delicia de ler, superou minhas expectativas!

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Ilustração por Wokumy • Layout por