27.12.16

Resenha: Ensina-me a Amar



*ATENÇÃO! ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS* Caso não tenha lido Ensina-me a Viver, sugiro que o faça antes de ler esta resenha, pois é impossível fazê-la sem revelar o final do livro passado.










Quem leu Ensina-me a Viver até o final sabe que deu AQUELA curiosidade para saber o que aconteceria no próximo livro. Pois bem. A Ellen que tinha conquistado sua tão sonhada vaga na hípica é obrigada a deixá-la para trás por conta do acidente que a deixou paraplégica. Claro que Nick como o bom fisioterapeuta e dono de clínica de reabilitação que é fará de tudo para que sua amada se recupere o mais rápido possível.


Diferentemente das demais continuações de séries com um casal, neste aqui não há AQUELA separação. Nick e Ellen sofrem sim algumas reviravoltas em seu relacionamento, e claro que como toda escritora malvada que é a Thais Benicio não pode deixar os dois pombinhos em paz, tem que complicar a vida deles¬¬
Por conta da nova condição da Ellen, o Nick se torna ainda mais protetor, e os dois passam a morar na casa dos sonhos do Nicholas Hoffman em Miami. Porém o nosso boy magia acaba recebendo uma proposta muito indecorosa de seu querido (só que não) papai para ser o novo rostinho e chefão das empresas Hoffman, que andam com o nome meio sujinho no mundo dos negócios. Para honrar o negócio da família, Nick precisa passar boa parte do seu tempo em Nova York longe do seu mozão. Essa distância toda fortalece ainda mais a amizade da Ellen com o Asher, o estudante de veterinária que cuida do Tyler, o cavalo da mocinha. Claro que isso tudo aumenta ainda mais o ciúme doentio de Nick.

O segundo volume da série Ensina-me é narrado pela Ellen, e é nítida a mudança de estilo e de "voz", digamos assim. A autora soube trabalhar muito bem as personalidades dos protagonistas, mas achei que os secundários ficaram um pouco jogados. Loren e Cami, as amigas da Ellen eram tão superficiais que eu nunca sabia de quem se tratava na leitura. Apesar de ser um romance erótico, as cenas de sexo são pouco vulgares e bem espaçadas com demais acontecimentos, o livro ainda tem uma história para contar com uma certa profundidade. Ponto positivo. A Ellen continua aceitando tudo do Nick, se rendendo aos caprichos dele usando da justificativa que ele dá para ela uma boa vida e a salvou em outro momento. Contudo, muitas vezes ele se comporta como se fosse dono dela e isso é bastante romantizado pela autora, o que realmente me incomodou. 


O que eu mais gostei nesse livro é a valorização da fisioterapia. a Thais é fisioterapeuta de formação e fez questão de dar um papel importantíssimo à sua profissão na história. Ela mostra toda a recuperação da Ellen, o processo de tentativa e erro e a busca por outras formas de prazer sexual, o que pode ser útil para muitas mulheres que estejam em condição semelhante à da protagonista. No livro a Ellen acaba indo buscar tratamento pois não consegue sentir mais prazer como antes do acidente, e boa parte das cenas picantes se dão durante a recuperação dela, a cada conquista. Neste aspecto, o Nick foi um gentleman em respeitar cada limite e buscar novas formas de excitar a sua amada de uma forma que fosse boa para os dois (quem te viu, quem te vê hein Nicholas Hoffman).

Eu não posso encerrar essa resenha sem mencionar a falta de profissionalismo da Editora Angel. A Thais separou um exemplar de cada volume da série para seus parceiros, e apenas quem conseguiu ir até a Bienal de São Paulo recebeu os livros. Eu fui no primeiro final de semana, esperei horrores, voltei no mínimo 3 vezes ao stand da editora e nada. Consegui os meus exemplares apenas no segundo final de semana. E até hoje teve gente que não recebeu. Da última vez que falei com a autora, ela ainda não tinha o livro e soube dos erros de revisão por resenhas.


A capa ficou linda, a arte também. O livro tem uma folha de guarda meio acetinada, ela tem uma espécie de brilho que é um luxo só.As páginas têm um cheirinho gostoso, me lembrou o mimeógrafo da escola que estudei quando criança. Contudo, achei o acabamento bem frágil, pois só de ler em casa ele amassou as bordas e a película protetora começou a descolar. A impressão não tem a melhor resolução do mundo, é meio "listrada".

Agora a maior "proeza" da editora foi fazer A PIOR revisão do mundo. É cheio de erros gramaticais bestas, o PDF que li do primeiro volume da série estava melhor revisado. Escrever não é fácil. Eu sei que a Thais sabe escrever. Mas no calor do momento, com um monte de pontas de uma narrativa para amarrar acaba passando mesmo um monte de errinhos de concordância ou de colocação pronominal. Eu acredito que quando um autor fecha com uma editora que dá direito a um serviço de revisão (como a Angel dá, pois na ficha catalográfica diz que houve uma revisão), ele passa a ter direito de se preocupar com o seu conteúdo e não perder tempo pensando em regência de verbos. Eu falo isso com propriedade. O autor não percebe os próprios erros, principalmente quando já leu e releu o mesmo texto num intervalo curto de tempo como ocorre em blogs. É para isso que serve a revisão da editora, que nem isso corrigiu. Aliás, ainda foi pior: Deixou passar erros de diagramação em Ensina-me a Viver e de digitação em Ensina-me a Amar (por exemplo, digitar o "p" no lugar do "o"). A Thais contou no grupo de parceiros todas as suas decepções com essa editora e chegamos à conclusão de que a Angel precisa parar de destruir os sonhos dos escritores nacionais. Nota 2 para a editora (só pela beleza e cheiro).

Para o livro vou dar 3 aviõezinhos por conta dos probleminhas mencionados. Mas foi uma leitura bem leve e gostosa, recomendo a série para as férias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quero saber sua opinião! Ficarei muito feliz com o seu comentário!



Ilustração por Wokumy • Layout por