12.10.16

Resenha de Dia das Crianças - O Livro da Selva


Olá crianças e crianços passageiros do Check-in Virtual!! Como vocês estão? Feriadinho abençoado esse para colocar o sono em dia, tirar umas horinhas para ler, assistir filmes e estudar, não é mesmo? 
Eu sei que quarta-feira não é dia de resenha nem de post (vocês sabem muito bem que dia de postagem por aqui é terça e sexta), mas como hoje é uma data especial resolvi trazer a resenha de um livro infantil que li recentemente. Ele anda em alta ultimamente por causa do lançamento do filme Mogli, o Menino Lobo, mas quando comprei não liguei lé com cré e sequer sabia do que se tratava. Enfim, a resenha de hoje é de O Livro da Selva, de Rudyard Kipling e daqui a pouquinho contarei melhor toda a história para vocês.
 
Título: O Livro da Selva
Autor: Rudyard Kipling
Editora: Printer Portuguesa
Número de Páginas: 255
Ano: 2011
ISBN: 978-972-8996-76-5
Deixei linkado em cada loja uma edição diferente deste livro. Comprando pelos meus links você ajuda a manter o Check-in Virtual e não paga nada a mais por isso!

Vamos fazer uma retrospectiva até 2003, quando foi lançada a sequência de Mogli (1967). Na pequena cidade onde mora minha avó, em uma das férias de fim de ano que eu sempre passava por lá, minha mãe me levou pela primeira vez ao cinema. Na verdade acabei de descobrir que tratava-se da continuação, pois até agora pensei que tivesse assistido ao primeiro filme (ok, acontece...). Cerca de uma década depois, conheci a minha querida Feira do Livro, da Bookz, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo. Neste paraíso de livros baratos encontrei este exemplar maravilhoso de O Livro da Selva, novinho, plastificado e capa dura por apenas 10 reais e levei esta belezinha para casa sem saber do que se tratava a história. Antes de guardá-lo na estante, resolvi procurar e descobri que tratava-se da história que originou meu primeiro filme no cinema. Claro que fiquei ansiosa para ler, mas o tempo foi passando, ele foi ficando para depois (atravessou inclusive a minha longa ressaca literária de alguns anos), até que resolvi iniciar a TBR Jar e coloquei o seu nome nela. Eis que um dos sorteados de julho foi justamente este livro que me encantou demais, e segurei a resenha até hoje, 12 de outubro, dia das crianças.
Primeiro detalhe: O livro é uma sequência de contos sobre animais, sendo que os mais famosos são "Os Irmãos de Mogli" e " A Caçada de Kaa", que juntos ocupam cerca de metade do livro e contam a história de um filho de caçador que teve os pais devorados por tigres e foi criado por lobos. A alcateia lutou muito pela segurança do garoto, que fez verdadeiras amizades na selva, dentre as quais podemos destacar a pantera Baguera e o urso Balu, que sempre lhe deram conselhos e o protegeram. Mogli, pela sua habilidade com as mãos, era muito útil na hora de remover espinhos das patas de seus pais. Contudo, não eram todos que amavam o garotinho. Nas selvas da Índia os animais temem muito os humanos pois estes os caçam e os espantam com fogo. Shere Khan, um tigre manco e rancoroso, quer a todo custo caçar Mogli e só não o fez ainda por causa de um acordo na floresta. Não falarei aqui sobre o segundo conto, pois é uma continuação deste primeiro e categorizaria um grande spoiler. Eu me encantei com a sensibilidade que o autor passa à Lei da Selva e com a forma em que ele critica as atitudes destruidoras da humanidade. Apesar de sermos mais fracos que animais selvagens como tigres e lobos causamos a eles um verdadeiro pavor com nosso fogo, nossas armas e nosso prazer em matar por diversão. Na Lei da Selva estabelece-se que a caça deve ser feita exclusivamente com fins alimentícios, o que é um "tapa na cara" da sociedade moderna que se diz civilizada e destrói a natureza por motivos fúteis. 
O terceiro conto, " A Foca Branca", mostra de uma forma mais dura a crueldade humana. Apesar de não se passar na selva e sim no oceano, a lição ensinada por Kipling permanece. Os demais contos exploram o contato humano com animais selvagens, falando sobre a crueldade, mas também sobre o amor e a amizade que pode surgir entre as espécies. 
O livro é ambientado na Índia durante o colonialismo inglês (exceto o conto das focas) e não aborda tanto estas questões. Exceto pelo quarto conto, cujos protagonistas são ingleses colonos, os demais seres humanos que porventura aparecem são indianos. As questões sociais acerca deste período não são exploradas, e embora eu quisesse ter lido um pouco mais sobre isso entendo que o foco do livro são os animais selvagens. 
Kipling era britânico, porém nascido na Índia e pelas suas descrições de paisagens parecia gostar muito de seu país natal. 
Recomendo este livro para crianças a partir dos 10 anos, e para os adultos curiosos também. 
Desejo a todos um feliz dia das crianças e que nunca deixem de lado a pureza e a beleza da infância! Aproveitem bastante o feriado!!

                                                                                                

8 comentários:

  1. Olá Lívia :)
    Que resenha gostosa de se ler, e que nostalgia me trouxe, imagino que a ti também. Meu primeiro contato com Mogli foi quando eu tinha 7 anos de idade, com um jogo dele para Supernintendo. Mês passado eu assisti a última adaptação dele para o cinema e foi praticamente mágico! E esse livro deve ser tão incrível... parabéns pelo post de hoje, muito legal... beijos

    www.blogleituravirtual.com/

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    1. Olá Gustavo! Fico feliz que tenha gostado da resenha. Ainda não vi essa adaptação mais recente mas quero muito!
      Obrigada pela visita!

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  2. Gostei bastante da resenha e fiquei com.muita vontade de ler o livro.♥
    Art of life and books,

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  3. Que amor de resenha!
    Fiquei curiosa desde quando vi as fotos no Instagram, e juro que também não sabia do que se tratava o livro, só achei o título bem curioso kkk! Não me lembro muito bem da história do Mogli, acho que nunca assisti os dois filmes inteiros, só pedações mesmo. Mas pela sua descrição, o livro parece muito bom!

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    1. Que fofa! Fico feliz que tenha gostado! Preciso rever os filmes para me lembrar, mas cadê a vergonha na cara? Hahahahah

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  4. Esse livro fez parte da minha infância.
    Você sabia que o nome da marca de bolsas Kipling é inspirado nesse livro?
    A marca surgiu na Bélgica e o executivo que teve a ideia queria um nome que fosse fácil de ser lembrado e não tivesse tradução em nenhum canto do mundo. Aí ele aproveitou e usou os macacos como mascotes da marca, também em referência ao livro.
    Beijo,

    Hida

    www.blogdahida.com

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    1. Eu descobri esses dias enquanto me preparava para a seleção de correspondentes da marca! Muito legal encontrar referências literárias em outros assuntos, como moda.
      Beijos!

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